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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Falhas de regência e concordância

        Nas passagens abaixo, retiradas de redações dos alunos, há desvios da linguagem padrão. Leia-as e acompanhe, depois, as correções:

(1) “Mas é claro que se deve preservar e cuidar da natureza.” 
(2) “Lya Luft afirma que a classe média sofre um lamentável preconceito e que são chamados de ‘elite’”.
(3) Na sociedade em que vivemos, nem todos têm as mesmas oportunidades e não seria correto se quem as têm as desperdiçasse.


         O problema de (1) é que o aluno atribuiu o mesmo objeto a verbos de regências diferentes. “Preservar” é transitivo direto; “cuidar”, transitivo indireto, ou seja, exige complemento antecedido de preposição. Eis uma maneira de corrigir a frase:  “Mas é claro que se deve preservar a natureza e cuidar dela.”  

        Em (2), há falha de concordância devido à silepse inadequada. A concordância ideológica não se justifica no contexto da frase, pois não lhe confere nenhum valor expressivo. O melhor é explicitar o termo subentendido: “Lya Luft afirma que a classe média sofre um lamentável preconceito e que seus membros são chamados de ‘elite’”. Ou concordar o verbo com “classe média”: “...e que é chamada de elite.”

        Em (3) há problema de acentuação. O chamado acento diferencial morfológico aparece apenas na terceira pessoa do plural dos verbos ter e vir (têm, vêm). Como o pronome “quem” leva o verbo para o singular, o  correto é “quem as tem”.

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