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domingo, 27 de janeiro de 2013

Ambiguidade por falta de paralelismo

          “É função não só dos casais melhorarem seus relacionamentos, mas também uma ação de autoridades, com a finalidade de combater a violência.” (Redação de aluno)

         O período acima está mal estruturado. A falta de paralelismo entre os membros do par “não só... mas também” dá a entender que melhorar os relacionamentos é função tanto dos casais quanto das autoridades -- o que não faz sentido.

         Casais e autoridades concorrem para a realização de um mesmo fim, que é “combater a violência”. Pode-se expressar melhor essa ideia com um reordenamento da frase.

         Por exemplo: “O combate à violência é função não só do bom relacionamento dos casais, como da ação das autoridades.”

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

"Privar" não é o mesmo que "confinar"

         “Durante décadas a mulher foi privada ao espaço doméstico, enquanto o homem transitava livremente entre o público e o privado.” (Redação de aluno)

          Na passagem acima ocorre confusão semântica. A ideia de que a mulher foi privada da sua liberdade levou o estudante usar o verbo “privar” num contexto em que ele não cabe. O despropósito evidencia-se inclusive no domínio sintático, em que aparece uma falha de regência; ninguém priva alguém “a”; priva “de” (“O marido privou a esposa da liberdade”). A falha de regência, por sinal, sugere que o aluno tinha uma vaga ideia de qual verbo pretendia empregar.

         Eis a frase corrigida: “Durante décadas a mulher foi confinada ao espaço doméstico, enquanto o homem transitava livremente entre o público e o privado.”

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Não se pode deduzir o geral do particular

          “Através da análise da ONG ‘Nova Vida’, percebe-se que as ONGs, em geral, são instituições importantes, pois defendem causas nobres e fortalecem os movimentos sociais.” (Redação de aluno)

          A passagem acima faz parte de uma reportagem sobre uma ONG (Organização não governamental). Depois de avaliar uma dessas organizações, o aluno afirma que todas apresentam determinados predicados (como defender causas nobres e fortalecer os movimentos sociais).

         Tal extrapolação constitui um erro lógico, pois não se pode deduzir o geral do particular. Inferências (ou seja, conclusões a partir de indícios) são mais plausíveis quando se referem a um mesmo objeto ou entidade. Não dá para estender os atributos de uma ONG a outras que não foram observadas.