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domingo, 30 de outubro de 2011

Mau uso da palavra "cerne"

     
       “Funcionários públicos roubam os impostos arrecadados para custear o luxo, e a população, mesmo dotada de cerne, não faz nada a respeito.” (Da redação de um aluno)

       Na passagem acima, o substantivo “cerne” não se ajusta ao contexto da frase. Ele aparece, por exemplo, em “discernir”, que significa “distinguir, diferenciar”. Etimologicamente, discernir é separar o essencial (o cerne) do que é acessório. Esse conceito levou o aluno a estender a ideia de discernimento à palavra “cerne”, e a tomar este termo pelo outro. Eis a correção:
       “Funcionários públicos roubam os impostos arrecadados para custear o luxo, e a população, mesmo dotada de discernimento, não faz nada a respeito.”

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Confusão entre os complementos

            “Um grupo de assaltantes rendeu e levou o carro de uma família”. (Da redação de um aluno).  

         Na frase acima o estudante parece atribuir o mesmo complemento aos dois verbos da oração. Com isso cria uma incoerência, pois dá a entender que o bandido rendeu o carro antes de levá-lo. A atribuição de cada complemento a um verbo torna claro o enunciado:
        “Um grupo de assaltantes rendeu uma família e levou-lhe o carro”.

domingo, 2 de outubro de 2011

O que é o "lheísmo"?

Lheísmo - É o uso do pronome “lhe” como objeto direto. Exemplo: “Eu lhe vejo no cinema amanhã”. O lheísmo só ocorre na segunda pessoa indireta, ou seja, quando o objeto representa alguém com quem se fala mas a flexão verbal corresponde à pessoa de quem se fala (ele). A segunda pessoa indireta equivale a “você”, que os brasileiros preferem ao “tu”.
   O uso do “lhe” no lugar do “o” não deve ser corrigido em discursos informais, pois indica intimidade com o interlocutor e caracteriza um tipo de registro. Já as formas “o, as, os, as” tendem a aparecer, mesmo na segunda pessoa indireta, quando em vez de proximidade quer-se indicar distância. Por exemplo: “Faça o favor de me respeitar. Não o conheço” (em vez de “Não lhe conheço”).

sábado, 1 de outubro de 2011

O gênero de "fondue"

          “Continue saboreando todas as noites de sábado o melhor fondue da cidade!” (Comercial de restaurante)

       “Fondue” é palavra feminina. Constitui o particípio passado do verbo “fondre”, que significa fundir. A forma masculina é “fondu” (fundido); acrescida da desinência “e”, passa ao gênero feminino. O mesmo ocorre com “rompue” (rompida), “entendue” (entendida), “perdue” (perdida) etc.
      O correto, pois, é dizer “a melhor fondue”. Do contrário, funde-se o queijo e... a cuca.