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terça-feira, 29 de maio de 2012

Evite a quebra do paralelismo sintático


        “A luta pela igualdade de gêneros no Brasil já obteve várias vitórias, como: a igualdade salarial, mulheres ocupam cargos de chefia em empresas e até mesmo a chegada de uma mulher à presidência da República.” (Redação de aluno)

        No parágrafo acima, ocorre quebra do paralelismo sintático. Ao ilustrar as vitórias das mulheres, o estudante mistura as classes e mesmo as estruturas gramaticais: primeiro aparece um substantivo (igualdade) e depois uma oração (mulheres ocupam...).
       O princípio do paralelismo determina que os termos coordenados devem apresentar a mesma forma. Eis uma correção possível:

        “A luta pela igualdade de gêneros no Brasil já obteve várias vitórias, como a igualdade salarial, a ocupação por mulheres de cargos de chefia em empresas e até mesmo a chegada de uma delas à presidência da República.”

terça-feira, 22 de maio de 2012

Enunciados ambíguos dificultam a leitura

      "A maioria das redes e blogs dá apenas uma visão parcial do  indivíduo que publica." (Redação de aluno)

      Ao redigir, deve-se evitar ambiguidade. Na passagem acima, o aluno não deixa claro se o verbo publicar se refere a “maioria” ou a “indivíduo”.  Uma alternativa para desfazer a confusão é fazer esse verbo concordar com o termo geral (redes):

     "A maioria das redes e blogs dá apenas uma visão parcial do indivíduo que publicam."

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Cuidado com os advérbios em "mente"

       Os advérbios em “mente” pouco ou nada informam e devem, na maioria das vezes, ser cortados. Por que dizer que somos um povo intrinsecamente alegre? Haverá por acaso uma alegria extrínseca?

       São comuns nas redações frases como: “Precisamos verdadeiramente combater o nepotismo”; “Nossas autoridades estão sistematicamente deixando de lado o ensino público”;  “O País caminha inexoravelmente para o caos”. Esses termos quilométricos constituem um cacoete e não  trazem nenhum acréscimo ao sentido.

      Um dos que merecem especial cuidado é "literalmente”. Ele só deve ser usado quando, entre dois sentidos possíveis, se quer destacar o que está “de acordo com a letra” (ou seja, o literal).

      Se se diz que alguém está “literalmente na fossa”, ninguém vai pensar que ele está deprimido. Entende que caiu mesmo em algum tanque malcheiroso. Daí a pergunta que leva à piadinha: “Morreu? “Não. Escapou fedendo.”

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Está certo dizer “A decisão cabe recurso”?

            Não. Dessa forma, parece que “a decisão” é sujeito do verbocaber” -- e “recurso”, o seu objeto direto. 
            Caber” é um verbo intransitivo, não necessita de complemento. Alguma coisa cabe, ou seja, é cabível. O que é cabível, no caso, é recorrer da decisão (“recorrer” no sentido de “interpor recurso”, é transitivo indireto). 
            Pode-se então dizer “Da decisão cabe recursoou, transferindo o complemento nominal para depois de “recurso”, que o rege: “Cabe recurso da decisão” Ou ainda: “Cabe recorrer da decisão”.
            Caso se queira manter “a decisãocomo sujeito, pode-se trocar o verbocaberporensejar”, “possibilitar”, “dar margem a” etc.: “A decisão enseja (possibilita, dá margem a) recurso.”

terça-feira, 1 de maio de 2012

O que é "disfemismo"?

É o oposto de “eufemismo”.  Ele intensifica o conteúdo negativo de determinadas ações, qualidades, estados de alma. Zélio dos Santos Jota, em seu “Dicionário de Linguística”, dá como exemplos “calhambeque”, “poetastro”, “mediquinho” e “velhote”. 
Na versão disfêmica, essencialmente depreciativa, o muito feio passa a “horrendo”, “um parto”, “um frankenstein”. O pouco inteligente é chamado de “anta’, “burro”, “quadrúpede”, e assim por diante.