Os advérbios em “mente” pouco ou nada informam e devem, na maioria das vezes, ser cortados. Por que dizer que somos um povo intrinsecamente alegre? Haverá por acaso uma alegria extrínseca?
São comuns nas redações frases como: “Precisamos verdadeiramente combater o nepotismo”; “Nossas autoridades estão sistematicamente deixando de lado o ensino público”; “O País caminha inexoravelmente para o caos”. Esses termos quilométricos constituem um cacoete e não trazem nenhum acréscimo ao sentido.
Um dos que merecem especial cuidado é "literalmente”. Ele só deve ser usado quando, entre dois sentidos possíveis, se quer destacar o que está “de acordo com a letra” (ou seja, o literal).
Se se diz que alguém está “literalmente na fossa”, ninguém vai pensar que ele está deprimido. Entende que caiu mesmo em algum tanque malcheiroso. Daí a pergunta que leva à piadinha: “Morreu? “Não. Escapou fedendo.”
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