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domingo, 28 de outubro de 2012

Não se flexiona o verbo da expressão "é que"

          “Para quem torce, não importa apenas competir; são nessas horas que o individualismo tanto é criticado.” (Redação de aluno)

           Na passagem acima, o verbo “ser” está indevidamente flexionado. Ele faz parte da expressão de esforço “é que”, presente em frases do tipo: “Nós é que somos brasileiros”.

         Quando os membros dessa expressão vêm separados, há uma tendência a se flexionar o verbo. Quando vêm juntos, é fácil ver que não cabe a flexão: “...nessas horas é que o individualismo tanto é criticado”.

         Eis a frase corrigida: “Para quem torce, não importa apenas competir; é nessas horas que o individualismo tanto é criticado.”

domingo, 21 de outubro de 2012

Ambiguidade por má ordenação das palavras

          “Contrariando os evolucionistas, Contardo Caligares afirma que a mulher é tão infiel quanto o homem em seu texto ‘Por que somos infelizes em amor?’” (Redação de aluno)

          Ordenar bem a frase é fundamental para lhe dar clareza e unidade. A má ordenação dificulta a apreensão da mensagem, obrigando o leitor a, no mínimo, reler o que está escrito. É o que ocorre na passagem acima, em que a má disposição dos segmentos oracionais gera ambiguidade. A fonte da afirmação de Caligares deve aparecer antes do que ele afirma, e não depois.

          Eis a frase corrigida: “Contrariando os evolucionistas, Contardo Caligares afirma em seu texto ‘Por que somos infelizes em amor?’ que a mulher é tão infiel quanto o homem.”

domingo, 14 de outubro de 2012

Ambiguidade devido ao mau uso do pronome relativo

           “Vivemos numa sociedade cuja aparência é mais importante do que a essência.” (Redação de aluno)
   
      Na passagem acima ocorre falha semântica devido ao emprego errôneo do pronome relativo. O aluno pretende criticar a sociedade atual, que valoriza mais a aparência do que a essência. Ao usar o “cujo”, ele vincula o atributo da aparência ao termo “sociedade” e estabelece uma oposição diferente da que pretendia estabelecer. Pela forma como escreveu, a oposição se dá entre “aparência da sociedade” versus “essência”, o que torna o texto incompreensível. A mudança no pronome relativo resolve o problema.

      Eis a frase corrigida: “Vivemos numa sociedade em que a aparência é mais importante do que a essência.”


domingo, 7 de outubro de 2012

Prefira a voz ativa

       “No texto ‘Cortina de burrice’, de Cláudio de Moura e Castro, é feita uma comparação entre a sociedade brasileira e a europeia.” (Redação de aluno)

        O trecho acima constitui a introdução de uma resenha crítica. Entre os problemas que ele apresenta está o uso da passiva analítica, que deve ser substituída pela passiva sintética (em vez de “é feita uma comparação”, “faz-se uma comparação”).

        Pode-se melhorar ainda mais a redação trocando a voz passiva pela voz ativa e apresentando como sujeito o termo que aparece como adjunto adnominal -- uma forma  direta e clara de indicar o autor. Eis a passagem corrigida: 

       “No texto ‘Cortina de burrice’, Cláudio de Moura e Castro faz uma comparação entre a sociedade brasileira e a europeia.”

terça-feira, 2 de outubro de 2012


Já nas bancas o Especial Redação da revista Língua Portuguesa. Confira nossos textos sobre  níveis de linguagem e erros lógicos na redação.