“A
priori, quando surgiu no século I d. C., essas associações que utilizam o
terror e a violência como forma de manifestação eram poucas, mal articuladas e só
realizavam ações que atingissem os alvos. A posteriori, com a dispersão pelo
mundo desse tipo de manifestação e principalmente com o surgimento e o
desenvolvimento de novas tecnologias bélicas e de comunicação, esses grupos
ganharam maior alcance, melhor organização e mais apoio tanto financeiro quanto
no contingente individual.” (Redação de aluno)
Entre
os problemas do parágrafo acima, está o uso inadequado das expressões “a priori”
e “a posteriori”. Elas não devem ser usadas para indicar os dois momentos de
uma sequência temporal. “A priori” não se confunde com “de início”. Designa
algo que é percebido de modo intuitivo, independentemente da experiência, ou que
é dado como um pressuposto. Por exemplo: “Para Rousseau, o ser humano é a priori
bom.” “A posteriori”, por vez, traduz um saber que é fundado na experiência ou
na observação.
Há também problemas de pontuação, pois a oração que se segue a “associações” é explicativa
e não restritiva (o termo já foi definido pelo pronome demonstrativo “essas”);
e de paralelismo, pois os
consequentes do par “tanto... quanto” não estão morfossintaticamente
harmonizados.
Eis
a frase corrigida: “De início, quando
surgiu no século I d. C., essas associações, que utilizam o terror e a
violência como forma de manifestação, eram poucas, mal articuladas, e só realizavam
ações que atingissem os alvos. Depois,
com a dispersão pelo mundo desse tipo de manifestação e principalmente com o
surgimento e o desenvolvimento de novas tecnologias bélicas e de comunicação,
esses grupos ganharam maior alcance, melhor organização e mais apoio tanto
financeiro quanto pessoal.”
3 comentários:
Parabéns pela elucidação!
Parabéns pela elucidação!!!
A priori e a posteriori não são conectivos ou locuções adverbiais de tempo, são expressões típicas da filosofia, por isso devem ser evitadas quando tiverem sentido diferente desta ciência.
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