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sábado, 27 de agosto de 2016

Confusão no uso de "a priori" e "a posteriori"

“A priori, quando surgiu no século I d. C., essas associações que utilizam o terror e a violência como forma de manifestação eram poucas, mal articuladas e só realizavam ações que atingissem os alvos. A posteriori, com a dispersão pelo mundo desse tipo de manifestação e principalmente com o surgimento e o desenvolvimento de novas tecnologias bélicas e de comunicação, esses grupos ganharam maior alcance, melhor organização e mais apoio tanto financeiro quanto no contingente individual.” (Redação de aluno)

Entre os problemas do parágrafo acima, está o uso inadequado das expressões “a priori” e “a posteriori”. Elas não devem ser usadas para indicar os dois momentos de uma sequência temporal. “A priori” não se confunde com “de início”. Designa algo que é percebido de modo intuitivo, independentemente da experiência, ou que é dado como um pressuposto. Por exemplo: “Para Rousseau, o ser humano é a priori bom.” “A posteriori”, por vez, traduz um saber que é fundado na experiência ou na observação.
 Há também problemas de pontuação, pois a oração que se segue a “associações” é explicativa e não restritiva (o termo já foi definido pelo pronome demonstrativo “essas”); e de paralelismo, pois os consequentes do par “tanto... quanto” não estão morfossintaticamente harmonizados.

Eis a frase corrigida: “De início, quando surgiu no século I d. C., essas associações, que utilizam o terror e a violência como forma de manifestação, eram poucas, mal articuladas, e só realizavam ações que atingissem os alvos. Depois, com a dispersão pelo mundo desse tipo de manifestação e principalmente com o surgimento e o desenvolvimento de novas tecnologias bélicas e de comunicação, esses grupos ganharam maior alcance, melhor organização e mais apoio tanto financeiro quanto pessoal.” 

3 comentários:

Lurdinha Viana disse...

Parabéns pela elucidação!

Lurdinha Viana disse...

Parabéns pela elucidação!!!

NuLules disse...

A priori e a posteriori não são conectivos ou locuções adverbiais de tempo, são expressões típicas da filosofia, por isso devem ser evitadas quando tiverem sentido diferente desta ciência.