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domingo, 25 de outubro de 2015

ENEM 2015 - Tema "A violência contra a mulher" já foi trabalhado no Curso Chico Viana

                                                              TEMA DE REDAÇÃO          

            Leia:

                                                                    I
             Uma pesquisa realizada pelo Ipea quis saber as opiniões do brasileiro quanto à violência contra a mulher. O mais chocante – 65% dos brasileiros concordam com a ideia de que mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas. Não basta que o comportamento feminino seja alvo de restrições maiores que o masculino: é tolerável que os desvios de conduta sejam punidos.
  
                                                                   II
         Reconhecida pelas Nações Unidas como uma das melhores legislações no enfrentamento à violência contra a mulher, a Lei Maria da Penha, em vigor desde 2006, ainda não fez, de acordo com especialistas, com que uma parcela da sociedade passe a ver as mulheres como cidadãs. Ao comentar os estudos do Ipea, Samira Bueno, socióloga e diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, é taxativa: “mulher é vista como propriedade. Homem pode fazer o que quiser do corpo feminino”.
                                                                  III
      VEJA Recentemente a senhora foi criticada por declarar que as mulheres deveriam pensar melhor no que vestem para não ficar tão vulneráveis. O que quis dizer?
      CAMILLE PAGLIA Eu apoio totalmente as mulheres que se vestem de maneira sexy. Mas quem faz isso tem de compreender que sinais está enviando. As mulheres americanas de alta classe usam roupas sexy, mas seu corpo está morto, sua mente está morta. (Entrevista nas Páginas Amarelas de Veja)
                                                               ****

          A partir dos fragmentos acima, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “Violência contra a mulher -- aspectos políticos e comportamentais”. Avalie os efeitos até agora obtidos no Brasil com a Lei da Maria da Penha e discuta opiniões como a da escritora Camille Paglia, que critica os avanços feministas e defende que as mulheres devem se dedicar sobretudo à casa e aos filhos. Escreva entre 25 e 30 linhas. Dê um título à sua redação.

Não se flexiona verbo impessoal

“A média global de chuva é em torno de 800 mm no ano, e no Brasil são raras as regiões que chovem menos do que isso.” (Redação de aluno) 

         Na passagem acima o verbo “chover” está flexionado, concordando com o pronome relativo que retoma “regiões”. Ocorre que esse verbo é impessoal, pois indica um fenômeno da natureza; logo, não admite sujeito. Não se pode dizer que “as regiões chovem”, a não ser que se use esse verbo em sentido figurado. 
          Na correção, apresenta-se “regiões” como um adjunto de lugar, o que implica antepor ao pronome relativo a devida preposição.
  
          Eis a frase corrigida: “A média global de chuva é em torno de 800 mm no ano, e no Brasil são raras as regiões em que chove menos do que isso.”

domingo, 18 de outubro de 2015

Falha gramatical e quebra do paralelismo

“A partir dos esforços internacionais, daquela década em diante tornaram-se conhecidas quão nocivas são as atividades humanas para a natureza e que o futuro na Terra só será possível com a preservação ambiental.” (Redação de aluno)

         A frase acima contém problemas de gramática e estruturação. A falha gramatical está representada pela flexão no plural da locução “tornou-se conhecido” (tornaram-se conhecidas). O sujeito dessa locução não é “as atividades humanas”, mas a oração seguinte.
A falha estrutural rural consiste na quebra do paralelismo entre as duas orações subjetivas; para haver harmonia, ambas devem começar pela conjunção “que”.
        
        Eis a frase corrigida: “A partir dos esforços internacionais, daquela década em diante tornou-se conhecido que as atividades humanas são muito nocivas para a natureza e que o futuro na Terra só será possível com a preservação ambiental.”

domingo, 11 de outubro de 2015

Tautologia com o verbo "urgir"

“Em virtude da crise humanitária à qual o mundo assiste, urge a necessidade da solidariedade entre os povos.” (Redação de aluno)  

         Na passagem acima ocorre tautologia, que é a repetição de uma ideia com palavras diferentes. Um dos sentidos do verbo “urgir” é “ser necessário”. Logo, constitui redundância afirmar que “urge uma necessidade”.


Eis a frase corrigida: “Em virtude da crise humanitária à qual o mundo assiste, urge que os povos sejam solidários.”

domingo, 4 de outubro de 2015

Evite o preciosismo

“O triunfante pode ter feito por merecer, ou quiçá possua maior propulsão geneticamente para a glória.” (Redação de aluno)

O autor da passagem acima tem a mania de “escrever difícil”. Ao invés de simplificar, complica. Como não vai ao dicionário para ver o exato sentido das palavras, usa as que lhe ocorrem e satisfazem o seu preciosismo (que é justamente o hábito de usar palavras pouco comuns).

A primeira inadequação é a troca de “vencedor” por “triunfante”. Quem vence triunfa, claro, mas não é comum se dizer, por exemplo, que Lewis Hamilton foi o “triunfante” de tal prêmio de Fórmula Um. O segundo vocábulo precioso é “quiçá”, em oposição a “talvez”. Eles são sinônimos, mas o espanholismo soa um tanto pernóstico.

O terceiro emprego vocabular indevido está no uso de “propulsão” em vez de “propensão”. “Propulsão” é “impulso” e não se confunde com “tendência”, ou “pendor”, que são mais adequados para caracterizar a influência genética.  

Eis a frase corrigida: “O vencedor pode ter feito por merecer, ou talvez possua maior propensão genética para a glória.”