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domingo, 16 de fevereiro de 2014

Evite os cruzamentos sintáticos

      “Muitas vezes a causa do envolvimento de adolescentes da classe média em furtos, é para conseguirem dinheiro para álcool e drogas.” (Redação de aluno)

     Na passagem acima há um problema de cruzamento sintático. O aluno inicia o período se propondo a indicar uma causa, que seria explicitada num predicativo do sujeito (A causa é...). Após a vírgula (por sinal, indevida), apresenta um conectivo introdutor de oração final. A mistura denota um raciocínio confuso e quebra a coesão.


     Há duas possibilidades de corrigir o período. A primeira, indicando o predicativo do sujeito “a causa”; a segunda, introduzindo a oração final. Exemplos:


     - “Muitas vezes a causa do envolvimento de adolescentes da classe média em furtos é o propósito de conseguir dinheiro para álcool e drogas.”

  
   - “Muitas vezes os adolescentes da classe média se envolvem em furtos a fim de conseguir dinheiro para álcool e drogas.”  



domingo, 9 de fevereiro de 2014

Escrever demais complica


        “As camadas mais pobres da população como um todo enfrentam péssimas condições de saúde.” (Redação de aluno)

 
         O período acima é um bom exemplo de como escrever demais complica. Acréscimos desnecessários na melhor das hipóteses não dizem nada; e na pior, comprometem o que havia sido bem formulado.


         Uma coisa é a população, que constitui um todo; outra coisa são as suas camadas pobres, que obviamente representam uma fração dessa totalidade. Associar as duas grandezas e falar das “camadas mais pobres como um todo” é um paradoxo e torna incoerente o texto.

       Bastaria o aluno ele ter escrito: “As camadas mais pobres da população enfrentam péssimas condições de saúde.”

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Fique atento ao indicar o sujeito


        A descoberta do monitoramento das ligações e redes sociais dos norte-americanos pela Agência de Segurança Nacional reflete a falta de privacidade e o desrespeito com a população.” (Redação de aluno)

          Na passagem acima há um problema de coerência. A forma como o aluno estruturou o período incrimina os que fizeram o bem e, por extensão, absolve os que fizeram o mal.

          Ao considerar como núcleo do sujeito a palavra “descoberta”, ele dá a entender que a ação da Agência de Segurança Nacional (e não a dos que monitoram) demonstra a falta de privacidade e o desrespeito com o povo. O aluno também se esqueceu de preposicionar “redes sociais”, que completa “monitoramento”.

         Eis uma melhor redação: “O monitoramento das ligações telefônicas e das redes sociais dos norte-americanos, descoberto pela Agência de Segurança Nacional, reflete a falta de privacidade e o desrespeito com a população.”