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terça-feira, 28 de maio de 2013

Delimite o tópico frasal

          “Ciência e fé dificilmente caminham no mesmo sentido, como na Idade Média, quando a poderosa Igreja alienava seus milhões de seguidores, restringindo-lhes à ignorância.” (Redação de aluno)
 
          Na passagem acima, há problemas de pontuação e semântica. Falta um ponto após a palavra “sentido”, para delimitar o tópico frasal e impedir que a expressão “como na Idade Média” fique oscilando entre um período e outro.
         Do ponto de vista semântico, ocorre o uso inadequado do verbo “restringir”, que torna incoerente o texto. Se a Igreja restringe a ignorância dos seguidores, torna-os menos alienados.
 
          Eis a frase corrigida: “Ciência e fé dificilmente caminham no mesmo sentido. Na Idade Média, por exemplo, a Igreja alienava seus milhões de seguidores, condenando-os à ignorância.”

domingo, 19 de maio de 2013

Confusão no uso da passiva

        “Não é novidade dizer que no Brasil não se é cumprida as leis ambientais.” (Redação de aluno)

       O uso de “se é” constitui uma espécie de fusão entre a voz passiva sintética, ou pronominal, e a voz passiva analítica. O estudante pareceu hesitar entre uma das duas construções e acabou ficando com ambas.

       A escolha por qualquer uma delas torna correto o texto: “Não é novidade dizer que no Brasil não se cumprem as leis ambientais” (passiva sintética); “Não é novidade dizer que no Brasil não são cumpridas as leis ambientais” (passiva analítica).

terça-feira, 14 de maio de 2013

Vírgula em períodos

         
           “A Igreja católica recebeu bem as ideias de Darwin, ela não o deve um pedido de desculpas.” (Redação de aluno)

          Na passagem acima, há duas infrações à norma. A primeira diz respeito à pontuação; dois períodos, a não ser por razões estilísticas, não devem ser separados por vírgula. Caso haja entre eles um nexo ideativo, o melhor é transformá-los num único período e explicitar a relação existente entre as orações (no caso, de conclusão).
         O segundo problema é o uso do pronome oblíquo “o”, em vez de “lhe”, para indicar um objeto indireto.

          Eis a frase corrigida: “A Igreja católica recebeu bem as ideias de Darwin; logo, não lhe deve um pedido de desculpas.”

domingo, 5 de maio de 2013

Falha no uso do "como" e inadequação semântica




      “Precisamos ter bastante cuidado no uso da informalidade, como em circunstâncias que iremos nos reportar a oficiais de justiça, superiores no trabalho, políticos.” (Redação de aluno)

         Na passagem acima, ocorrem falhas de estrutura e de semântica. A falha estrutural está no uso do conectivo “como”, que introduz uma relação de semelhança com algo que não foi mencionado. O erro semântico consiste no uso do verbo “reportar-se”, que tem o significado de “referir(-se)” e, obviamente, não cabe no contexto.

       Eis a frase corrigida: “Precisamos ter bastante cuidado com o uso da informalidade em circunstâncias formais, como aquelas em que nos dirigimos a oficiais de justiça, superiores no trabalho, políticos.”