Quando o assunto é clichê, lembro-me do tempo em
que fui aluno do escritor Cyro dos Anjos na Universidade Federal do Rio de
Janeiro.
A disciplina era Oficina Literária, e o autor de “O
amanuense Belmiro”, “Abdias”, “Montanha” e outros bons romances na linha
machadiana frequentemente nos alertava para o risco das chapas.
Certa vez nos entregou uma
relação com várias delas. Guardei esse papel, que utilizo para prevenir os
alunos contra a armadilha do lugar-comum.
Eis alguns clichês que constam na lista de Cyro: implacável destino, esposa
exemplar, insidiosa moléstia, virtudes imarcescíveis, radiosa manhã,
irresistível impulso, olhar glacial, perigoso meliante, nobre colega, vasto
repertório, etc. etc.
É preciso fugir deles como o
diabo da cruz (acabei de usar um!).
5 comentários:
Gostei da reminiscencia que o Sr. utilizou para explicar esse recurso linguístico .
Prof. Chico , esse senso de humor é fantástico . Parabéns , faz- nos cada vez mais ficar familiarizados com seus escritos .
Grato pela leitura. Abraço!
Sem sombra de dúvida, foi um bom alerta.
Conhecendo só agora o seu trabalho, Seu Chico! 📚👩🏼🏫🌹
Espero que o aprecie. Abraço!
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