Pedi aos alunos que comentassem o ponto de vista do
pesquisador Richard Lynn sobre ateísmo e religiosidade. Um deles começou o
texto assim:
“Em entrevista à revista Época, o
pesquisador britânico Richard Lynn afirmou que os ateus são mais inteligentes
que os religiosos e que no Brasil o baixo número de ateus se deve à
miscigenação do nosso povo e também ao baixo QI da população. Essas duas
afirmações estão totalmente equivocadas, ele com certeza não sabe nada sobre
religião.”
O estudante fez um resumo satisfatório das
ideias de Lynn (embora o primeiro período esteja um tanto longo). O problema é
o tom de autossuficiência com que ele termina o parágrafo. Além de considerar
“totalmente” equivocado o ponto de vista do autor, afirma que o britânico não
sabe coisa alguma de religião. Com que autoridade o aluno diz isso?
Juízos
apressados e genéricos como os exemplificados acima têm como alvo mais a pessoa
do que suas ideias e comprometem o nível argumentativo da redação. Não
demonstram inteligência, mas birra e intolerância, por isso é preciso a todo
custo evitá-los.
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