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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Diferença entre "como exemplo de" e "a exemplo de"

      
            “As vítimas de bullying têm transtornos psicológicos, como exemplo do que  aconteceu com o Wellington Menezes de Oliveira, que num acesso de loucura matou vários adolescentes.” (Redação de aluno)
              É comum a confusão entre “como exemplo de” e “a exemplo de”. A primeira locução serve para introduzir ação, estado ou coisa que constituem exemplos: “Como exemplo de preocupação com o futuro, destaca-se o interesse pela ecologia.” A segunda tem valor conformativo e significa “conforme o exemplo dado por”: “Hoje muitos se mobilizam contra a corrupção, a exemplo dos jovens que protestam na internet”.
          Esta última é a que cabe na frase do aluno: “As vítimas de bullying têm transtornos psicológicos, a exemplo de Wellington Menezes de Oliveira, que num acesso de loucura matou vários adolescentes.”

O verbo "repercutir"

“A parceria entre a família e a escola repercute em uma boa educação para os jovens.”  (Da redação de um aluno)
Há na passagem acima uma inadequação semântica. “Repercutir”, verbo transitivo direto ou intransitivo, significa “refletir”, “causar impressão”. Exemplos: “A sala repercute o som dos cristais”, “A resolução do diretor repercutiu bem entre os alunos”.
           Redundar”, que significa “resultar”, “ter como efeito”, traduz melhor a ideia do aluno. Eis a frase correta: “A parceria entre a família e a escola redunda em uma boa educação para os jovens."

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

"Em função de" não tem valor causal

        “A prova teve que ser adiada em função do alto número de candidatos.” (Redação de aluno)  

      A locução prepositiva “em função de” significa de “acordo com”, “em conformidade com”, “na dependência de”, “em resultado de”. Estão corretas frases como: “Ele age em função das normas”, “Sem trabalho, vive hoje em função do pai”, “Conquistou a garota em função de muito penar”.

       “Em função de” não tem valor causal. Quando há ideia de causa, como na frase do aluno, deve-se usar “em razão de” ou locução equivalente (“devido a”, “por causa de” etc.). O alto número de candidatos foi o motivo pelo qual a prova teve que ser adiada.

        O correto, então, é escrever: “A prova teve que ser adiada em razão do alto número de candidatos”.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Preposição inadequada antes de infinitivo

         “Não é difícil de perceber que crianças e adolescentes precisam de cuidados jurídicos a mais em relação aos adultos.” (Redação de aluno)

         Certos infinitivos antecedidos da preposição “de” têm valor passivo e funcionam como complementos oracionais dos adjetivos “fácil”, “difícil”, “agradável”, “possível”, “impossível” etc. Exemplos: fácil de perceber (de ser percebido), difícil de comer (de ser comido), agradável de olhar (de ser olhado).

        Por vezes esses infinitivos se confundem com os que introduzem sujeitos oracionais, como ocorreu no fragmento transcrito acima. O aluno se esqueceu de que sujeito não pode vir regido de preposição. Ele deveria ter escrito: “Não é difícil perceber que crianças e adolescentes precisam de cuidados jurídicos a mais em relação aos adultos.”