Noto que há hoje uma
tendência a criticar o uso de “independentemente” quando a esse vocábulo se
segue a preposição “de”, formando o conjunto locução prepositiva com valor
concessivo ou de “sem levar em conta”: “Independentemente dos obstáculos, ele
triunfou.”; “Independentemente do que digam, comprarei aquele carro.”
Essa construção difere daquela
em que o adjetivo “independente” vem seguido de complemento nominal. Por
exemplo: “Luís hoje vive independente dos pais” (ou seja, não mais depende
deles). Isso é muito diferente de dizer que “Luís hoje vive independentemente
dos pais” (se é que aos pais interessaria que ele não vivesse!).
Para evitar ambiguidades semânticas como essa, acho válido que se use “independentemente de” em frases do tipo: “Irei ao cinema independentemente do tempo”, “Luís optou pela viagem independentemente das críticas que recebeu” e semelhantes. O uso de “independente” em tais casos é forçado e pouco afeito ao gênio da língua.
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